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Archive for agosto \30\+04:00 2009

Dando continuidade, a nossa série de artigos mensais, publicados na Revista Espirito Livre, capitaneados por João Fernando, do Espírito Livre, vem se tornando uma das mais conceituadas “fanzines” na área de TI, com foco em software livre do país. Parabéns a todos pela competência e qualidade da revista. Na coluna educação temos, o relato de projeto educativo que foi apresentado no SBIE – Simposio Brasileiro de Informática na Educação (maior evento de informatica educativa do país), aqui teremos o artigo completo, com detalhes de implementação, mostrando a viabilidade técnica e pedagogica do software livre na escola. Boa Leitura!

Implementando projetos educativos inovadores com software livre

by Sinara Duarte

Fonte: ROCHA, SSD. Implementando projetos educativos inovadores com software livre. Revista Espirito Livre. ano 1. n.5 agosto/2009. Edição Online disponível em <http://revista.espiritolivre.org&gt; Acesso em DD/MM/AAAA.

Toca o sinal. O professor chega na sala de aula, faz a chamada, pede silêncio, escreve alguns apontados no quadro, faz alguns comentários, passa a atividade de casa, e já se passaram 50 minutos. Toca o sinal. Lá vem outro professor, faz a chamada, pede silêncio, escreve alguns apontamentos… Enfim, quem trabalha em escolas, de qualquer lugar do país, sabe que essa é a rotina diária da maioria dos estudantes das séries terminais, com raras exceções.

Para um jovem de 12, 14 anos, ávidos de curiosidade e energia, passar quatro horas passivelmente sentado, ouvindo o professor falar é um ato de “tortura”. O pior de tudo, é ainda levar o nome de indisciplinado e desatento, como se a culpa fosse dele. E pense, que estamos nos tempos modernos, pois até poucas décadas as cadeiras escolares eram aparafusadas ao chão para facilitar a organização da sala de aula!

Para os professores também é igualmente difícil repetir o mesmo conteúdo, por anos a fio, com o mesmo entusiasmo da primeira vez. Quem atua no ensino público, sabe muito bem do que eu estou falando: turmas numerosas, currículos engessados, professores sobrecarregados, cobranças de todas as partes, turmas muito heterogêneas, indisciplina, falta de recursos, desde o básico como papel até o mais avançado, como internet na escola, por exemplo.

Enfim, o fato é que quanto mais se avança nos anos escolares, mais difícil é manter a motivação. A ciência e a experiência provam que todo ser humano é curioso, principalmente quando crianças ou adolescentes. Se a curiosidade é inata ao jovem porque na escola, parecem tão desmotivados? E o mais importante: Como mudar essa realidade? Como despertar a curiosidade adormecida e mobilizar as energias juvenil para algo produtivo? Como ser criativo e inovador neste contexto?

São perguntas difíceis de responder. Na educação não existe fórmulas prontas nem mágicas. Cada escola, cada professor, cada aluno é singular. Esse é o nosso desafio diário!

Muitos acreditam que a introdução da tecnologia pode de fato revolucionar a sala de aula. De fato, a utilização da tecnologia no ambiente escolar contribui para essa mudança de paradigmas, sobretudo, para o aumento da motivação em aprender, pois as ferramentas de informática exercem um enorme fascínio em nossos alunos. Todavia, o computador não é uma panaceia para todos os problemas educacionais, pelo contrário é um grande aliado, mas sozinha, a tecnologia não é capaz de mudar nada. O grande mentor das revoluções educacionais ainda é o professor.

O laboratório de informática educativa (LIE) é ambiente propício para o nascimento de idéias inovadoras. Até o nome é perfeito: Laboratório. Não é uma sala informatizada, pois qualquer sala assim pode ser, basta equipar com tudo de mais moderno e high tech da atualidade.

Já o laboratório é um local diferente da sala de aula convencional, foi idealizado para pesquisa, para manipulação de dados, experimentação de hipóteses, onde ora acertamos, ora erramos, mas sempre recomeçamos. Um verdadeiro convite a subversão!

Ao implementar projetos de aprendizagem por meio da incorporação das TICs – Tecnologias de Educação e Comunicação, o professor passa a ser um estimulador e facilitador da aprendizagem de seus alunos e estes passam a ser verdadeiros pesquisadores, sujeitos ativos, reflexivos e cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, atuantes e participativos.

Trabalhar com projetos é uma forma de ressignificar o espaço de educativo. O aluno sai do papel de figurante para protagonista da própria aprendizagem, participando ativamente do próprio aprendizado, por meio da experimentação, da pesquisa em grupo, do estímulo à dúvida, enfim, o aluno se envolve mais e aprende muito mais do que aprenderia numa situação de simples receptor de informações. Na pedagogia de projetos o aluno é instigado a produzir e acaba por desenvolver a capacidade de selecionar, organizar, priorizar, analisar, sintetizar, tão necessária nos dias atuais.

Dentro desta perspectiva, o professor assume papéis diferenciados na promoção do desenvolvimento e aprendizado dos alunos. Este é ao mesmo tempo propiciador de atividades, situações e recursos que levem o aluno a aprender a aprender, e também mediador no processo ensino-aprendizagem. Deixando de ser mero transmissor de conhecimento, para mediador, levando o aluno a uma atitude positiva frente ao conhecimento, despertando-lhe o interesse e sugerindo-lhe situações que o motivem a aprender.

E o que o software livre tem haver com isso? O software livre tem uma grande parcela de culpa nesta revolução. Primeiro, porque oferece uma gama de softwares nas mais diversas áreas de atuação, que podem ser livremente, baixados, copiados, replicados, alterados e adequados a dinâmica escolar.

Assim, é possível construir novas civilizações, viajar no cosmos, desvendar os mistérios da ciência, aprender novas formas de se comunicar, vivenciar o inusitado, enfim, como dizia a abertura de uma famosa série ficcional “audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve…”Como diria o Dr. Spock: Vida longa e próspera ao software livre!

Ao adotar o software livre no contexto educativo, contribuímos para a democratização do saber, diminuindo o grande fosso da exclusão digital. Deixamos de ser reféns da tecnologia proprietária e principalmente da dependência hegemônica americana, nos libertando dos grandes monopólios.

Poderia passar horas a fio, explicitando as razões porque adotar o software livre na escola, mas vamos logo ao que interessa.

Um dos projetos desenvolvidos que vem contribuindo para resignificar a aprendizagem chama-se Minha Escola, Minha vida. Idealizado inicialmente pela professora Liduina Vidal (Fortaleza-CE), depois adaptado pela professora Sinara Duarte. Por descrever uma experiência educacional que tem como eixo estruturante a inclusão digital, faz-se necessário abordar o contexto sócio-político onde o mesmo foi realizada.

O referido projeto foi realizado em uma escola pública educativa localizada em um bairro periférico da capital cearense marcado por graves problemas sociais como: altos índices de prostituição, consumo de drogas, violência doméstica e acidentes de trânsito aliada a baixa escolaridade da sua população de forma geral.

O principal objetivo foi sensibilizar jovens em alta situação de vulnerabilidade social acerca de sua importância enquanto sujeito histórico-social e da escola como partícipe deste processo através do uso das TICs em uma plataforma livre. A intensão é que os jovens concludentes do ensino fundamental, pudessem produzir material midiático, utilizando as ferramentas livres, e principalmente valorizasse o ambiente escolar, dando continuidade a sua escolarização. Muitos questionavam: “Estudar para que? Se nada vai mudar na minha vida”, ou “eu não tenho sonhos.” É triste constatar que pessoas tão jovens possam acreditar que não possuem chances de modificar sua realidade ou mesmo que se tornem dependentes da ideologia dominante.

Diante desta problemática, surgiu o projeto Minha Escola, Minha Vida que tem como premissa básica: a liberdade de produzir o conhecimento. O referido projeto foi desenvolvido em seis etapas: planejamento coletivo, pesquisa textual, sessão de fotos, edição e produção, oficinas e divulgação.

A primeira etapa envolveu o planejamento coletivo do trabalho. Os alunos concludentes do ensino fundamental, juntos com a professora do LIE e de Literatura, planejaram o formato do projeto que deveria a ser desenvolvido dentro dos recursos disponíveis. Como a escola não dispunha de uma filmadora nem similar, foi acordado uma apresentação (audiovisual) em formato de slides (fotos e textos usando o Br-Office). Cada aluno teria dois slides para falar de suas experiências, enquanto sujeito histórico-social e sua relação com o ambiente escolar, sendo que ao final, seria produzido um photobook com todas as apresentações em formato de álbum virtual coletivo.

A segunda etapa foi de pesquisa e produção textual. Os alunos foram motivados a pesquisar sobre sua vida acadêmica e a função social da escola, por meio de entrevistas com os pais e funcionários da escola, produzindo textos acerca destas temáticas.

A terceira etapa foi a sessão de fotos. Para ilustrar o photobook, optou-se por fotografar individualmente todos os formandos do 9º ano, funcionários da escola (corpo gestor, administrativo, apoio e docente) além dos fatos considerados mais relevantes dentro da trajetória escolar.

A quarta etapa foi a edição e elaboração da mídia (photobook). Depois de criados os slides no BrOffice Impress, os alunos foram desafiados a criar e editar um projeto audiovisual utilizando as ferramentas livres, de forma que possibilitasse a gravação em formato de DVD/VCD. Ressalta-se que a escolha do tipo de mídia levou em consideração o fato de que todos os alunos possuíam aparelho de DVD e que havia interesse da maioria, em apresentar sua produção para os familiares, portanto seria a forma mais acessível e democrática de divulgação, enquanto que poucos tinham acesso a computadores conectados a rede mundial de computadores. Mesmo assim, ficou acordado que a produção também seria colocada na Web, por meio do blog pessoal da professora Sinara Duarte.

Os principais recursos utilizados foram máquina fotográfica digital, computador com Sistema Operacional Linux Kurumin (versão 7.0) instalado e acesso a Internet, CDs virgem, televisão e aparelho de DVD. Para criação, edição e ilustração do vídeo utilizaram-se as seguintes ferramentas computacionais livres: BrOffice Writer (editor de texto) BrOffice Impress (confecção de slides), Kdenlive (edição de video), KolorPaint (Desenho), Gimp (editor de foto), Mozilla-Firefox (software de navegação na Web), fotos do arquivo particular da escola e dos alunos.

A quinta etapa foi a participação em oficinas de Inclusão Sócio-Digital. Portanto, paralelo a produção do photobook, os alunos também participaram de oficinas de informática básica, visando o domínio das ferramentas tecnológicas. Ressalta-se que foi utilizado, exclusivamente o software livre, nas oficinas práticas.

A sexta e última etapa foi a culminância do projeto e ocorreu na solenidade de formatura do término do curso do ensino fundamental, no qual houve a exposição da produção coletiva (DVD) para a comunidade escolar. Ao final, cada aluno foi presenteado com uma mídia com o resultado do trabalho.

A experiência foi desenvolvida no Laboratório de Informática Educativa – LIE da referida escola, no contra-turno escolar no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008, totalizando cerca de 80 horas e atendeu cerca de 57 adolescentes. Durante este período, percebeu-se a dicotomia existente entre os que já possuíam algum conhecimento de informática e os que não possuíam nenhum conhecimento. Os primeiros conseguiam concluir rapidamente suas atividades, porém permaneciam no LIE, ajudando os colegas, exercendo sua solidariedade e cooperação, características inatas do movimento do software livre.

Geralmente os que sentiam mais dificuldade preferiam o contato com os colegas, do que a mediação docente. Outros tiveram mais preocupação com o layout, dedicando muito tempo a decoração dos slides. A escolha das imagens e gifs refletiam de certa forma a vivência e história sócio-cultural dos educandos, por isso era recorrente imagens de personagens de histórias em quadrinhos, heróis de filmes de ação, bandeiras e símbolos de times nacionais, atores e cantores nacionais e internacionais.

Apesar da aparente “desorganização”, os alunos conseguiram dentro das limitações temporais e espaciais desenvolver autonomia na criação da multimídia. A intervenção dos professores só ocorria quando alguma dispersão atrapalhava o grupo de forma generalizada de forma a impossibilitar a feitura das atividades propostas. Os alunos também foram instruídos de que as atividades propostas não valeriam pontos, nem qualquer complemento na média bimestral de cada aluno e que seria uma nova forma de construir o conhecimento, visto que seriam desafiados a construir algo novo de forma coletiva (multimídia), que posteriormente também seria compartilhada com a comunidade escolar. Desta forma, a avaliação foi contínua e formativa, ocorrendo durante o desenvolvimento de todas as etapas do projeto. O objetivo maior não era controlar ou qualificar os estudantes, mas ajudá-los a progredirem na busca do conhecimento. Assim,foi privilegiada a abordagem sócio-interacionista na qual cada participante foi sujeito de sua própria aprendizagem, destacando-se o “aprender fazer fazendo”, estimulando-se a aprendizagem cooperativa e colaborativa.

O professor do LIE desempenhou a função de mediador do conhecimento, criando situações problemas para que o aluno pudesse desenvolver suas potencialidades e construir sua autonomia na construção do conhecimento e no manuseio dos softwares livres.

Os resultados encontrados foram acima das expectativas. Os alunos outrora, considerados desmotivados e desinteressados, mostraram-se bastante motivados e engajados em construir algo único. De fato, organizar e implantar abordagens educacionais que vão ao encontro das necessidades dos educandos, desenvolvendo estratégias de ensino centradas no aprendiz, enfatizando a autonomia, acomodando a diversidade e maximizando as oportunidades para o sucesso e as conquistas pessoais é condição sine qua non do professor na contemporaneidade.

O fazer docente por meio da adoção da tecnologia no ambiente educacional, capacita os professores a um novo agir no ensino, tornando o processo educativo mais dinâmico e atraente. Incluir não deve ser apenas uma simples ação de formação técnica dos aplicativos, como acontece na maioria dos projetos, mas um trabalho de desenvolvimento das habilidades cognitivas, transformando informação em conhecimento, transformando utilização em apropriação. A reflexão crítica da sociedade deverá gerar práticas criativas de recusa de todas as formas de exclusão social.

Por meio de projetos como este, o aluno é preparado não apenas para ser usuário de ferramentas tecnológicas, mas também para ser capaz de criar, resolver problemas e usar os vários tipos de tecnologias existentes de forma racional, eficiente e significativa. Não se trata do professor ensinar tecnologia, mas de utilizar o recurso tecnológico como fator de motivação para, a partir do interesse, levando o aluno à construção do seu próprio conhecimento.

Essa é a essência do software livre: a possibilidade seu potencial transformador, visto que envolve a participação coletiva e a emancipação dos seres humanos. A aparente fragilidade das pequenas iniciativas, como esta têm indicado a viabilidade da inclusão digital nas escolas brasileiras, o que reforça o discurso de que a implementação de uma escola de qualidade, que é igualitária, justa e acolhedora para todos, não é um sonho impossível.

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Vejam, o artigo publicado na Revista A rede nº50, agosto de 2009, que fala um pouco do SL educacional, grupo no qual faço parte.

Digite software livre, na busca por Educação:Com os programas de código aberto, professores e alunos aprendem mais e melhor.

Por Áurea Lopes

Estão postos, hoje, dois grandes desafios para o efetivo avanço da Educação básica no Brasil. O primeiro é quebrar a resistência de muitos professores – a maioria vinda de faculdades onde pedagogia não rima com tecnologia – em aceitar os computadores como seus assistentes na missão de formar cidadãos autônomos. O segundo é mostrar, aos professores já dotados dessa compreensão, que existe vida inteligente além do Windows.

A rejeição – medo? – ao computador vai sendo vencida, meio na marra, porque os professores não podem mais se negar a viver no mundo dos seus alunos. Ou porque começa a ficar difícil preparar aulas e provas sem uma pesquisa na internet. Mas ainda há muito a ser feito quando se trata do uso do software livre (SL), hoje um  privilégio de poucos. E não porque os programas de código aberto e acesso gratuito sejam produtos inacessíveis ou inviáveis tecnicamente. Ao contrário. Estão à mão, na web, nas máquinas enviadas pelo governo federal às escolas públicas, disponíveis para serem usados, adaptados para qualquer tipo de aplicação educacional. E sem que se gaste um centavo.
O problema é que muita gente não sabe disso. A começar pelos responsáveis por assinar os diplomas dos educadores. Em um levantamento realizado no ano de 2008,  com 23 instituições de ensino superior, em cursos de Pedagogia, Matemática e Letras, pouco mais de 10% dos currículos trazia Informática Educativa como disciplina obrigatória. Os dados, coletados por Sinara Duarte, pesquisadora de novas tecnologias da educação com ênfase em software livre, mostram também que apenas um curso de Matemática abordava SL; e apenas um curso de Letras abordava SL, dentro da disciplina de Fonética. “Muitos docentes se formam sem conhecer o uso pedagógico do computador e muito menos do software livre”, conclui Sinara.

É um absoluta incoerência, na opinião do professor Frederico Gonçalves Guimarães, coordenador do projeto Software Livre Educacional, utilizar um programa proprietário em Educação: “Educar significa preparar para a autonomia. E no mundo proprietário acontece o inverso, o usuário é dependente do dono da tecnologia”. O professor explica que o SL é educativo por essência: “Você pode abrir, mexer, ver como funciona. É um aprendizado, vira um laboratório”.

Outro benefício é que esses programas podem ser alterados e adaptados para as necessidades sempre que necessário, sem o usuário ter de pagar por isso, sem precisar esperar que o dono da tecnologia lance no mercado uma nova versão do produto. Por exemplo: a comunidade responsável pelo pacote de aplicativos de código aberto BrOffice já adaptou o seu corretor de textos às novas regras ortográficas do português, enquanto o Microsoft Word em português não tem prazo para ser atualizado. Guimarães cita ainda o caso da Suécia, país que tem três idiomas, um dos quais de pouca abrangência. “Os programas proprietários só contemplam os dois idiomas principais. Então eles adotaram o Linux e desenvolveram as aplicações no terceiro idioma”, conta o professor.

Além da liberdade de usar, a liberdade de copiar faz muita diferença – e gera significativa economia – nos projetos de âmbito público. Na cidade de Passo Fundo (RS), a distribuição Linux Kelix – Kit Escola Livre foi instaladas nas escolas da rede municipal. Marinez Severis, coordenadora de Informática Educativa e do Plano de Desenvolvimento Escola, da secretaria municipal de Educação, conta que a primeira reação dos professores foi de má vontade. “Eles estavam acostumados com o Windows. Mas depois que conheceram a ferramenta livre, adoraram. Porque era possível fazer muitas coisas, além da facilidade de copiar os programas, levar pra casa, instalar onde fosse. Acabou aquela amarra de ter que comprar uma licença para cada máquina ou a situação constrangedora de piratear”, diz Marinez.

“Para que o software livre se difunda no ambiente escolar, falta apenas aculturação”, alerta Peterson Danda, consultor em SL e especialista em implantação do Linux Educacional. Ele compara: “Mudar  do programa proprietário para o livre não é nada diferente de mudar do Windows XP para o Vista. É tudo diferente, mas você aprende. E quem começa já no SL não tem mais dificuldade do que quem começa em proprietário”.

Uma vez ultrapassada a barreira do desconhecimento, os resultados são animadores. A professora de matemática Lilian Ribeiro leciona na escola estadual Luciana de Abreu, em Porto Alegre (RS), que participa do projeto federal Um Computador por Aluno (UCA). Em 2007, a escola não tinha sequer laboratório de informática. Em 2008, chegou o notebook XO, onde estava instalado o programa Etoys, livre e gratuito (disponível no site http://www.squeakland. org), que estimula o raciocínio lógico e a criatividade.

“Eu nunca tinha mexido em um computador. Muitos alunos nunca tinham visto um computador. Aprendemos todos juntos”, lembra a professora, que usa o Etoys para alunos desde a 2ª série do Fundamental. “As crianças têm dificuldade de fazer abstrações. O software me encantou pela possibilidade de trabalhar os conceitos abstratos”, acrescenta. Lilian revela, orgulhosa, que, depois da chegada dos computadores à escola, alunos de 3ª e 4ª séries do Fundamental passaram a se interessar por SL a ponto de participar, nos dois últimos anos, dos fóruns especializados realizados em Porto Alegre.

Nem tudo são flores
No Brasil, um entrave sério à disseminação do software livre educacional é a questão do idioma. Existem milhares de aplicativos na web, mas poucos em português. Com essa preocupação, um grupo de educadores criou, em 2008, o projeto Software Livre Educacional, que funciona por meio de uma rede social aberta. O professor Guimarães explica que a proposta é organizar documentação e fazer tradução de SL, devolvendo o conteúdo como um valor agregado para o desenvolvedor: “Assim ele pode incorporar ao pacote e todo mundo será beneficiado”.

Dentro do projeto, foi traduzido o programa GCompris, que tem mais de cem aplicativos disciplinares, de caráter predominantemente lúdico. Ou seja, bastante adequado para uso na educação básica. “Nosso trabalho não é ensinar como usar o programa, qual tecla deve ser apertada. Mas sim ensinar o que o professor pode fazer com o Gcompris dentro da classe”, esclarece Guimarães. Em parceria o projeto Texto Livre, que dá suporte linguístico a comunidades de SL, foi feita, no ano passado, a tradução do Tuxpaint, programa para trabalho com imagens. “Fizemos a tradução dos carimbos para o português e ainda gravamos vozes de crianças brasileiras”, conta Daniervelin Renata Marques Pereira, coordenadora do Texto Livre, integrado por alunos do curso de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais.

A pesquisadora Sinara Duarte reconhece que cresceu o interesse das comunidades de programadores sobre SL – um exemplo disso são as distribuições Edubuntu, Kelix, Pandorga, Ekaaty, entre outros, todos já traduzidos. No entanto, ela fez uma pesquisa no banco de dados Scielo (www.scielo. org), biblioteca virtual que abrange periódicos científicos, e verificou que, entre os mais de 220 mil artigos catalogados, havia apenas quatro, em português, referindo-se ao uso do software livre na educação. “Temos um longo caminho a trilhar…”, avalia Sinara.

http://sleducaciona l.org
www.textolivre. org

Cooptado ao mundo livre

Um exemplo típico de aculturação ao mundo do software livre é o professor Luiz Carlos Neitzel, integrador de tecnologias do Núcleo de Tecnologia Educacional de Joinville (SC). Ele lecionou Educação Física por 12 anos, sempre com um olho na informática educativa. Em 2004, com a chegada do primeiro Linux Educacional nos equipamentos do ProInfo, ele “foi obrigado” a usar o SL: “Naquela época, não era tão fácil. O Linux ainda dependia de comandos, não era tão amigável”. Em 2008, com a versão 2.0, Neitzel começou a descobrir que podia fazer, no Linux, o mesmo que fazia no Windows.

“Tem aplicativos com recursos até mais estáveis, além de ser mais seguro – o que, em um ambiente escolar, é muito importante porque a garotada vai clicando, sem medo. Aí, se tiver um vírus, simplesmente não abre”. O professor aponta, ainda os pacotes gratuitos de excelente qualidade: “É só baixar. No mundo proprietário, os melhores programas são pagos”, ressalta.


NOVO Linux Educacional

O Ministério da Educação lançou, este ano, a versão 3.0 do sistema operacional Linux Educacional, que vem em todas as máquinas do ProInfo, programa do governo federal para fomentar o uso pedagógico da informática nas escolas públicas. Em ambiente gráfico KDE, a nova versão, mais estável, mais amigável, é baseada na distribuição KUbuntu 8.04. Traz atualizações de pacotes de aplicativos como o Desktop, a EduBar, a Ferramenta de Busca, o Repositório Debian de Conteúdos e o Live-CD. Para fazer o download. É importante ter um programa para gravação do arquivo em um CD como imagem ISO. Pode ser usado, por exemplo, o K3B. Após a gravação, o CD se torna um Live CD. Ou seja, o usuário pode testar o Linux Educacional sem precisar instalar no computador.

http://webeduc. mec.gov.br/ linuxeducacional

fonte: Revista Arede

Quem quiser ler a revista completa acesse aqui:

http://www.arede. inf.br/inclusao/ edicao-atual

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Os 97.557 professores das redes públicas candidatos a ingresso em cursos de licenciatura neste semestre devem consultar o andamento das suas pré-inscrições a partir de segunda-feira, dia 17. A consulta será na Plataforma Freire, mesmo espaço onde o professor fez o cadastro, escolheu a instituição, indicou o curso que deseja fazer e registrou a senha. Para este semestre estão disponíveis 57.828 vagas de licenciaturas em instituições de ensino superior públicas de 17 estados. Na Plataforma Freire, o professor receberá informação personalizada sobre o andamento da sua inscrição: se foi aceito pela secretaria de educação a que está vinculado, se participará de sorteio feito pela universidade, se a vaga está garantida, se está matriculado no curso. O secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Bielschowsky, recomenda que os professores consultem a plataforma para se manterem informados sobre as suas possibilidades. O objetivo é que todo professor selecionado garanta a matrícula. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, anunciou que segunda-feira, 17, chamará os inscritos para fazer a matrícula. Até às 16h50 desta sexta-feira, 14, as secretarias estaduais e municipais de educação informaram ao MEC que validaram e autorizaram a inscrição de 75.696 professores, mas o processo continua aberto. De acordo com o secretário Carlos Bielschowsky, o MEC encaminhará neste domingo, dia 16, as listas dos professores para todas as instituições que abriram vagas. Se uma universidade tem mais candidatos que vagas, o ministério sugere que a seleção seja por sorteio.

fonte: Portal do MEC

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XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação

17 a 20 de novembro de 2009  Florianópolis, SC

http://www.sbie.org.br

Data Limite Prorrogada para 31 de agosto de 2009.

SBIE 20 Anos – Repensar, Reciclar, Reutilizar e Revitalizar

Do Logo à WEB 2.0. Há 20 anos discutia-se o uso da informática nos processos de ensino-aprendizagem. Convivia-se com o mito da substituição do professor pela máquina e com a dificuldade de acesso aos computadores.   Hoje, vivemos na era da computação ubíqua. Vive-se uma realidade onde o domínio da tecnologia já não é visto como um diferencial na sociedade, mas uma competência necessária. Os alunos estão, cada vez mais, imersos em um mundo que mistura o real e o virtual e que a informação se dispõe como o ar na atmosfera.

Desde o princípio, tornou-se necessário repensar o papel da escola, dos professores e dos processos educativos mediados por tecnologia; mas o quanto já se avançou realmente nesta direção? Repensar, Reciclar, Reutilizar e Revitalizar as práticas educacionais a luz das novas tendências. Eis o desafio que se antepõe à comunidade de Informática na Educação.

Os principais objetivos do SBIE são:
*    Integrar profissionais envolvidos com Informática na Educação (IE) através de mini-cursos, workshop, palestras e mesas-redondas, ministradas por palestrantes convidados de destaque nacional e internacional;
*    Realizar reflexões e discutir experiências desenvolvidas na área, particularmente em torno do tema 20 anos do SBIE e seu papel na Informática na Educação no Brasil;
*    Divulgar e debater  resultados de pesquisa e relatos de experiências na área através de sessões técnicas com a apresentação de artigos;
*    Discutir os principais temas relacionados aos tópicos de pesquisa atuais na área de interesse através de painéis e reuniões técnicas.

Os tópicos de interesse do SBIE incluem, mas não estão restritos a:

Ambientes Interativos de Aprendizagem
Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computadores
Arquiteturas para Software Educativo
Avaliação de Software Educativo
Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Formação de Recursos Humanos para Informática na Educação
Fundamentos Pedagógicos e psicológicos de Informática na Educação
Informática na Educação Especial
Inteligência Artificial Aplicada à Educação
Métodos e Padrões para Artefatos Educacionais
Engenharia de Software Educacional
Políticas para Informática na Educação
Ambientes e Metodologias de Autoria de Atividades de Aprendizagem
Informática na Sala de Aula
Informática no Currículo Escolar
Aspectos Sociais da Informática na Educação
Escolas e Laboratórios Virtuais
Experiências de Uso da Internet em Escolas
IHC em Software Educativo
Hipermídias Adaptativas  Aplicadas à Educação
Suporte Computacional à Aprendizagem Organizacional
Realidade Virtual na Educação
Simuladores e Jogos Educativos

Submissões

As propostas de trabalho a serem submetidas para o SBIE 2009 deverão enquadrar-se em uma das três categorias definidas abaixo:

Artigo completo: Descreve um trabalho original (ainda não publicado). Os artigos podem ser do tipo descritivo ou relato, interpretativo, experimental ou de desenvolvimento de sistemas pedagógicos informatizados, mas todos devem enquadrar se – pois assim serão avaliados – nos rigores de um trabalho científico.
Artigo resumido: Breve relato sobre pesquisas, cursos e atividades que estejam em andamento.
Mini-curso: Serão no máximo seis, com duração de 4 horas. Os tópicos de interesse para os mini-cursos são os mesmos do SBIE 2009. As propostas devem conter as seguintes seções: Título; Tópicos de interesse relacionados; Coordenadores; Descrição; Objetivos e Infra-estrutura necessária.

Toda e qualquer proposta para o SBIE 2009 deverá ser submetida apenas em formato eletrônico, por meio do sistema JEMS, através do seguinte endereço eletrônico: https://submissoes.sbc.org.br/sbie2009 <https://submissoes.sbc.org.br/wie2008> .

Formato das Submissões
Todas as submissões devem obrigatoriamente seguir o modelo para publicação de artigos da SBC, que poderá ser encontrado em http://www.sbc.org.br/template

Alguns aspectos adicionais devem ser observados:

Os artigos e oficinas devem ser submetidos no formato PDF;
Deverão ser escritos em português ou Inglês;
Os artigos completos não poderão ultrapassar 10 (dez) páginas, os artigos resumidos e propostas de mini-cursos 4 (quatro) páginas, incluindo tabelas, figuras e referências bibliográficas.
Na página de rosto do artigo NÃO DEVERÁ CONSTAR nenhum tipo de identificação dos autores. Os artigos que possuírem identificação serão IMEDIATAMENTE REJEITADOS (exceto as oficinas). As informações de autoria deverão ser fornecidas exclusivamente na submissão utilizando o espeço provido para tal pelo sistema JEMS.

Recomenda-se ainda que os autores omitam no texto quaisquer informações que permitam inferir a autoria do artigo.

Na versão final do artigo, caso aceito, os dados dos autores e filiações deverão ser incluídos.
Recomenda-se evitar a menção direta a nomes pessoais (professores, alunos, escolas, municípios, etc.) trocando-os por identificadores genéricos (Escola A, Aluno 1, etc.)
Informações adicionais em: http://www.sbie.org.br

Datas Importantes

*    31/08/2009 – (prorrogado) Data limite para submissão de trabalhos
*    04/10/2009 – Notificação de aceitação de trabalhos
*    18/10/2009 – Data limite para envio das versões finais

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Mais uma dica de site inteligente, que ajuda aquele professor iniciante, que tem vontade de fazer montagens de fotos, mas acha dificil utilizar determinados programas como o Photoshop ou Gimp (software livre). Tem gente que tem verdadeira paixão por montagem de fotos. Pois como dizem por ai: seus problemas acabaram, pois no site montafoto.com é possível, com poucos cliques, e nem software fazer montagem de fotos, que vão desde montagem de fotos simples, calendários, fotos com balões, enfim, bem prática e também limitado (essa dica é para iniciantes, que estão aprendendo a fazer pequenas montagens. Ele dá várias opções de montagem, além de dicas de como utilizar sua máquina digital. Pode-se salvar a foto montagem no seu computador, enviar por email pessoal ou como scrapt (recado no orkut). Sinceramente, gostei, além de gratuito, nem precisa fazer o cadastro para ter acesso as funcionalidades. Então, o que está esperando, para fazer sua primeira montagem?
http://www.montafoto.com/

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Decisão judicial também impede a companhia de vender qualquer produto que possa abrir arquivos com as extensões .XML, .DOCX ou .DOCM.

Um juiz norte-americano considerou a Microsoft culpada em um caso de violação de patentes e ordenou que a empresa pagasse uma indenização de 290 milhões de dólares para a empresa canadense i4i, informou nesta quarta-feira (12/8) a agência de notícias Reuters.

A i4i desenvolveu um programa para a manipulação de documentos e alegou que uma de suas patentes foi violada pela Microsoft no aplicativo Word. O juiz também impediu que a companhia de Redmond venda qualquer produto que possa abrir arquivos com as extensões .XML, .DOCX ou .DOCM.

A Microsoft ainda não se manifestou oficialmente nem anunciou se irá recorrer da decisão judicial, que terá um forte impacto na venda do Office, pacote de aplicativos para escritório que, além do Word, conta com o PowerPoint, Excel, Access e outros programas. Junto ao Windows, a suíte de programas é um dos principais produtos da companhia.

Fonte: IDG Now

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Em meio a correria do mês de julho, que é de férias para uns e um apenas mais um mês para outros, a Revista Espírito Livre traz o [GNU] Linux no desktop, apresentando de forma clara e simples, que isto é perfeitamente possível mesmo nos dias de hoje, onde muitos ainda insistem em dizer que o sistema não amadureceu, e que o mesmo tem como propósito habitar apenas servidores.

Nossa entrevista desta edição é com Clement Lefebvre, criador do Linux Mint, uma distribuição Linux baseada no Ubuntu, ainda não muito conhecida entre os brasileiros, mas vem conquistando devotos por onde passa, com forte apelo visual, quanto a elegância do Linux. Clement prova com o Linux Mint que é possível ter um desktop funcional, bonito e direcionado a usuários leigos, com ferramentas que facilitam a vida destes, que ainda estão por entrar no mundo do pinguim. Outros projetos nacionais apontam para o mesmo objetivo, como o Desktop Paraná, desenvolvido pela Celepar trazendo um desktop fácil de usar, baseado no Debian. O Ekaaty Linux também não segue a regra e também traz uma solução para usuários desktop com um ambiente fácil de usar e bastante completo.

A revista traz também novos parceiros que trazem a possibilidade dos leitores concorrerem a brindes, entre outros. Os que quiserem participar da revista como parceiros, não se acanhem, entrem em contato!

Trazemos ainda novas adições a equipe e que, com certeza, só enriquecerão ainda mais nosso trabalho. Boas vindas a Antônio Augusto Mazzi, que vai falar sobre emulação do DOS no Linux, Flávia Jobstraibizer que fala sobre PHPBoleto, Walter Capanema que traz os aspectos jurídicos sobre Spam, Francisco Junqueira com uma matéria interessante sobre Google App Engine e Hailton David Lemos, do grupo GoJava, que apresenta como trabalhar com JSP, Ajax e Servlet. Os tantos outros que colaboraram na edição, enviando suas dicas, dúvidas, comentários, participando das promoções, o nosso muito obrigado. Isso muito nos alegra e nos faz seguir em frente, mesmo diante das adversidades.

Como não poderia ser diferente em nossa seção de emails trazemos relatos sobre os leitores da revista com suas opiniões e relatos. Você leitor, pode usar este espaço também para tirar suas dúvidas. Aproveite e participe! Envie também o seu comentário!

A Revista Espírito Livre trás a relação de ganhadores das duas promoções da edição anterior, que continuam nesta edição. Então, se você não participou das promoções da edição passada, não perca tempo e participe. No site oficial da revista [http://revista.espiritolivre.org] e nas redes sociais onde a revista se encontra presente também pipocam novidades…

A Revista Espírito Livre, por meio da colaboração de sua equipe chegou até aqui e espera ir muito além. Junte-se também nós! Nosso propósito é sermos uma publicação de qualidade feito por e para usuários, técnicos, professores, estudantes, e tantos outros que fazem parte deste universo de leitores.

Aproveitamos para agradecer mais uma vez a todos os que ajudam o projeto a seguir adiante. Sem vocês a revista não seria o que é. Para fazer o download da edição, clique aqui.

Fonte: Revista Espírito Livre

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Para quem é fã de tecnologia, não pode perder de acompanhar pela Record News, aos sababos, o programa Link Brasill, apresentação de Eduardo Ribeiro. Fonte de aprendizado e cultura digital. Neste dia (não lembro qual foi), o tema foi software livre no Brasil, e contou a participação dos professores Sérgio Amadeu e David Kuhn, coordenador do comitê técnico de implementação de SL do governo federal. Apresenta alguns conceitos básicos, como por exemplo: ” a internet é a maior vitrine do software livre”, muito bom.

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